B8. Ver o outro através do seu olhar, sem julgar
“O que faria eu se estivesse naquela situação?”
Pode parecer um exercício de empatia, mas, na verdade, reflete mais sobre mim do que sobre o outro.
Esta abordagem tende a simplificar realidades complexas, ignorando os fatores únicos que moldam as decisões e os sentimentos de cada pessoa. E, em vez de aproximar, pode gerar confusão e aumentar o hiato de perspetiva entre os envolvidos — especialmente em situações onde as pessoas são extremamente diferentes na sua forma de ser e estar.
“O mundo não se pode alterar até que mudemos a concepção que temos dele. “o que está por dentro é como o que está por fora””
E se ao colocarmo-nos na posição do outro a pergunta fosse:
“Se eu fosse a pessoa X, o que faria naquela situação?”
Esta mudança subtil ajuda-nos a considerar o contexto, os sentimentos e as vivências dessa pessoa, permitindo realmente colocarmo-nos no seu lugar. Não se trata apenas de imaginar as ações que tomaria, mas de compreender como os valores, as circunstâncias e as limitações da outra pessoa influenciam o seu modo de pensar e agir - acredito que seja uma forma de aceder à verdadeira empatia.
As decisões alheias, mesmo quando diferentes das nossas têm uma lógica própria, enraizada na experiência de vida de cada um.
Este exercício tem-me ajudado a cultivar mais empatia, a reconhecer a diversidade humana e a expandir a minha perspetiva para lá do meu ponto de vista. O que me tem permitido aceder a partes de mim que nunca imaginei e a quebrar dogmas profundamente enraizados.
A perspetiva do outro amplia a minha. Ver o outro através dos seus olhos, ainda que por um momento, ajuda-me a ter mais empatia.